Simplicidade.
Se a criança acordou dorme, dorme filhinho, tudo calmo ficou, mamãe tem Auris-Sedina dorme, dorme, filhinho com Auris-Sedina!
E assim eram feitas as propagandas de remédio pra dor de ouvido.
Estava num almoço domingueiro lá em minha filha e Tadeu vendo que a Cholinha dela estava coçando o ouvido que também estava inflamado, foi a farmácia e voltou com esse remédio, ai me lembrei da música e da propaganda.
Cholinha eram como se chamava os cachorros lá em Itaobim. Não sei bem de onde veio esse nome, mas isso me faz lembrar uma amiga, que chegando aqui em BH, vendo uma cachorrinha cheia de pose e raça foi logo chamando: “vem cá cholinha”, e a dona muito chique, se achou indignada e dissertou sobre a raça, pedigree, nome e preço...
Minha amiga, que daquilo nada entendia, na saída afagou a cholinha e feliz da vida em sua simplicidade, foi embora!
Mas é isso, querer impor um saber a quem não se preocupa com ele, chega a ser engraçado.
Numa época fui há um sitio de uma amiga, onde ia ter de almoço um bacalhau, e eu resolvi fazer um caruru que é uma comida deliciosa, típica da Bahia, pois além de muitas especiarias, a base é camarão e quiabo.
Todos sabem que quiabo tem baba, mas quem gosta, até esquece esse detalhe, mas pra quem não gosta....
A moça, caseira do sitio, ficou toda satisfeita quando lhe levei o caruru. À noite, toda refestelosa, foi pra lá, sentar na varanda, pra conversar fiado.
E eu toda orgulhosa do meu tempero, que todos haviam apreciado no almoço, puxando assunto, perguntei se tava bom o caruru. Ela, sem papas na língua e nenhum vestígio de boas maneiras foi logo dizendo:
Nossa Senhora! Tava tão babento, que nem os cachorros comeram e eu tive que jogar pros porcos e acho que nem eles gostaram.
Só pensei no trabalho de cortar aquele tanto de ingredientes, no gasto e no gosto tão bom de todas as especiarias e a pessoa jogou pros bichos ...
É, nem todo pitéu tem o mesmo gosto pra todos!
E passamos a noite rindo, contando casos.
Para Júnia Britto e Euna Britto de Oliveira