sábado, 26 de outubro de 2019
Rapaz de circo
Quando nova, lá em Itaobim, namorei um rapaz de circo .
Por la passou um grandioso e se chamava Circo Nerino, pra nos naquela época era quase um Cirque de Soleil de tao bonito que era !
Tinha artistas do estrangeiro, dançarinas lindas em suas roupas brihantes de lantejoulas, engolidores de faca e de fogos, teatro, atiradores de facas, elefantes, leões, macacos, trapezistas voadores, mágicos, musica ao vivo, e o apresentador com aquele sotaque que hoje eu tenho quase certeza , nao passava de embromation dos sabidos, pois como descobri mais tarde, nesses picadeiros, gente falando embolado, já .era garantia de sucesso!
O meu namorado nao era desse chique não, era de um mais simplesinho, que nao demorava nem dois anos e estava la de novo e todos já sabiam de cor e salteado, tudo que tinha e que faltava . Esse circo tinha uma meia duzia de bichos, uma família de palhaços, pois os velhos iam ensinando os novos, um macaco que obedecia Dr Amorim, umas bailarinas já cansadas da mesma musica de vitrola , um globo da morte que era a atrações principal, mas o que levava mesmo o publico, era que na cidade nao tinha nada, entao qualquer circo ou parque mesmo não sendo bom já era uma novidade.
Tinha uns moços bonitos e as mulheres parideiras, com um tanto de meninos pendurados, ja nao estavam lá grande coisa, os rapazes estavam cheio de amor pra dar, mas segundo minha amiga Vanilde, o que eles queriam mesmos, eram jovens sonhadoras e aventureiras para fortalecer e rejuvenescer a trupe.
Me divertir bastante namorando um deles, que me enchia de ingressos e eu fazia a festa com as amigas.
Era um cabeludo lindo, que era palhaço, malabarista, engolidor de fogo e ainda se arriscava no globo da morte e eu todas as noites ficava lá de olhos parados com tanta beleza e coragem, daquele que se arriscava tanto e que causava tanto orgulho em mim e inveja nas amigas. Na segunda passada do circo, falou que queria casar comigo, como nunca fui de dar muita bola pra esse amores imediatos, nem liguei mas prometi que quando ele voltasse eu estaria esperando...
No dia que o circo foi embora, eu estava indo pra aula e quando vi os caminhões vindo enfileirados desviei o olhar pro outro lado do rio e depois que passaram, olhei pra traz e vi os cabelos esvoaçantes do meu artista, lembrei da promessa feita e naquele momento desisti, aquela montoeira de coisa que tinham que montar e desmontar, nao criar raiz e estar sempre tentando agradar a plateia era muito pra mim, o que eu gostava mesmo era de ir tomar sol na praia do Rio Jequitinhonha, andar de bicicleta, ouvir meus discos de Raul, conhecer e conversar com os hippies que sempre passavam e acima de tudo ir pras festas e ter minha cama quentinha pra deitar ...
Tempos depois o circo voltou e la eu nao apareci, duas meninas se casaram com dois deles e eu pra nao acompanhar as peripecias mambembes fiquei quieta no meu canto. Durante muito tempo eu e aquela minha amiga que continua doidinha ate hoje, dava o braço uma a outra e fazia o numero de Dr Amorim e seu amigo gorila, e de pernas arqueadas, batendo a mao na cabeça, tentando imitar um macaco com gritos e caretas, rodávamos a praça, sem um pingo de vergonha, nos acabando de rir de nós mesmas e ai, não tinha quem não risse das duas.
E assim, hoje quando vejo um moço que me agrada eu falo:
Com esse, eu ia embora no circo !uando nova, lá em Itaobim, namorei um rapaz de circo .
Por la passou um grandioso e se chamava Circo Nerino, pra nos naquela época era quase um Cirque de Soleil de tao bonito que era !
Tinha artistas do estrangeiro, dançarinas lindas em suas roupas brihantes de lantejoulas, engolidores de faca e de fogos, teatro, atiradores de facas, elefantes, leões, macacos, trapezistas voadores, mágicos, musica ao vivo, e o apresentador com aquele sotaque que hoje eu tenho quase certeza , nao passava de embromation dos sabidos, pois como descobri mais tarde, nesses picadeiros, gente falando embolado, já .era garantia de sucesso!
O meu namorado nao era desse chique não, era de um mais simplesinho, que nao demorava nem dois anos e estava la de novo e todos já sabiam de cor e salteado, tudo que tinha e que faltava . Esse circo tinha uma meia duzia de bichos, uma família de palhaços, pois os velhos iam ensinando os novos, um macaco que obedecia Dr Amorim, umas bailarinas já cansadas da mesma musica de vitrola , um globo da morte que era a atrações principal, mas o que levava mesmo o publico, era que na cidade nao tinha nada, entao qualquer circo ou parque mesmo não sendo bom já era uma novidade.
Tinha uns moços bonitos e as mulheres parideiras, com um tanto de meninos pendurados, ja nao estavam lá grande coisa, os rapazes estavam cheio de amor pra dar, mas segundo minha amiga Vanilde, o que eles queriam mesmos, eram jovens sonhadoras e aventureiras para fortalecer e rejuvenescer a trupe.
Me divertir bastante namorando um deles, que me enchia de ingressos e eu fazia a festa com as amigas.
Era um cabeludo lindo, que era palhaço, malabarista, engolidor de fogo e ainda se arriscava no globo da morte e eu todas as noites ficava lá de olhos parados com tanta beleza e coragem, daquele que se arriscava tanto e que causava tanto orgulho em mim e inveja nas amigas. Na segunda passada do circo, falou que queria casar comigo, como nunca fui de dar muita bola pra esse amores imediatos, nem liguei mas prometi que quando ele voltasse eu estaria esperando...
No dia que o circo foi embora, eu estava indo pra aula e quando vi os caminhões vindo enfileirados desviei o olhar pro outro lado do rio e depois que passaram, olhei pra traz e vi os cabelos esvoaçantes do meu artista, lembrei da promessa feita e naquele momento desisti, aquela montoeira de coisa que tinham que montar e desmontar, nao criar raiz e estar sempre tentando agradar a plateia era muito pra mim, o que eu gostava mesmo era de ir tomar sol na praia do Rio Jequitinhonha, andar de bicicleta, ouvir meus discos de Raul, conhecer e conversar com os hippies que sempre passavam e acima de tudo ir pras festas e ter minha cama quentinha pra deitar ...
Tempos depois o circo voltou e la eu nao apareci, duas meninas se casaram com dois deles e eu pra nao acompanhar as peripecias mambembes fiquei quieta no meu canto. Durante muito tempo eu e aquela minha amiga que continua doidinha ate hoje, dava o braço uma a outra e fazia o numero de Dr Amorim e seu amigo gorila, e de pernas arqueadas, batendo a mao na cabeça, tentando imitar um macaco com gritos e caretas, rodávamos a praça, sem um pingo de vergonha, nos acabando de rir de nós mesmas e ai, não tinha quem não risse das duas.
E assim, hoje quando vejo um moço que me agrada eu falo:
Com esse, eu ia embora no circo !
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