Já passei reveillon em vários lugares, Valadares, Itaobim , Arembepe,Porto Seguro, BH, Rio de Janeiro, Nova York. ..
quinta-feira, 24 de outubro de 2024
Reveilon de 2017
quarta-feira, 9 de outubro de 2024
Tempo, tempo, tempo...
Aí encontro com um amigo e ele pergunta que dia é hoje, respondi é quarta, mais um dia atrás de amanhã que já será quinta depois sexta e que seguirá pra outro mais rapido ...
Domingo tá cada dia mais perto, o fim do mês chega que nem precisa o mês acabar e quando menos se espera vem dezembro .
Natal e Janeiro é nosso aniversário e quando num piscar de olhos parar pra ver, vamos estar os dois, nessa porta com 70, depois 80!
Eu vou olhar pro outro lado da rua e um senhorzinho.eurugado de cabeça branca será voce e eu nem quero me imaginar...
Há uns anos atrás velhice e morte estavam longe de mim, mas agora morro um pouco a cada dia quando acordo e sei que aquele já pode ser o último.
Os 66 que já vivi é muito pra viver novamente, se olhar pra traz o distanciamento do tempo nao tem mais tempo. Se pros pequenos falta muito pra um tanto de coisas, pra mím um tanto delas já passaram e as novidades já não tem o mesmo glamour, tudo se transforma num dejavu, numa normalidade que os dias mornos como nos livros que li, só fazem o ar ficar mais parado, as folhas quietas na janela e a vida correndo...
Quando acordo fico um tempo meditando, agradecendo e vendo o clarão do dia.
Gosto de pensar nos netos, pensar no que vou almoçar, e no primeiro remédio do dia, olho minha bagunça organizada, meu.quarto cheio de possibilidade de costura, bordado, leitura e como lagartixa que resolve ficar ao sol, fico aqui apreciando meus pensamentos.
Penso , penso, resolvo ver na TV um filme, uma entrevista ou então uma música boa, danço, canto junto e resolvo sair, dar uma volta...
Paro pra conversar com o verdureiro, com o menino da farmácia com a Dona que puxei assunto no supermercado...
Adoro conversar com qualquer pessoa, sobre qualquer coisa, isso já me fez tomar uns pitos de minha neta, mas nao me importo, enquanto isso o tempo.continua voando e passando igual poste na estrada quando viajamos de ônibus.
E a lua, já parou pra perceber que a lua te segue na estrada? Experimente numa noite de lua cheia olhar a lua e ela vem atrás na mesma velocidade do carro...
Já vi muitas luas andarem comigo !
Mas voltando ao tempo acho um saco ser mantida com remédios, remédio pra colesterol, pra diabete emocional, Puran tomo e nao lembro pra quê, no final sao 6 remédios ai vem vitamina D, colágeno pros ossos e eu que tomo tudo de uma vez nao sei como faz lá dentro da barriga, pra cada um ir pra uma coisa, mas que é muito é !
Voltando ao tempo, me falta mais tempo pra frente, porque o pra trás já vivi e agora quero que dê tempo pra um tanto de coisas que ainda quero fazer: viajar, morar fora, aprender tocar violão, aprender inglês que desde quando ouvi Gal cantando ' Baby', encasquetei mas até hoje nem Espanhol, com o esforço da minha filha eu aprendi.
E o tempo, rápido como foi essa chuva que acabou de cair e que esperamos há dias, insiste em passar...
Quanto tempo terei pra frente nao sei, pra trás eu sei, foi bom. Agora nesse momento, o que eu quero mesmo é parar de escrever bobagem, sair do lugar que Tadeu afirma que é dele na cama e ir ali, tomar um banho frio que nem deu.tempo descer pra banhar na chuva e depois tomar um chá de jasmim, deitar, dormir, sonhar e esperar que amanhã o tempo fique comigo por mais um dia, e que por vários outros, mesmo com pressa, ele passe por mim, aqui!
domingo, 28 de julho de 2024
Eu tenho um deputado em casa.
EU TENHO UM DEPUTADO EM CASA!
Será que é uma mera coincidência? Estava eu a pensar... O meu cão dorme em média 18 horas por dia. Tem toda a comida preparada, e pode comer qualquer coisa sempre que lhe apeteça. A comida lhe é fornecida sem qualquer custo. Tem cuidados médicos uma vez ao ano, ou quando necessário, e não paga nada por isso. Mora numa zona central, com boa vizinhança e numa casa que é muito maior do que ele necessita, mas não necessita de limpar nada. Se fizer porcaria, alguém limpa. Escolhe os melhores lugares da casa para fazer a sua soneca e recebe essas acomodações completamente grátis. Vive que nem um rei e sem que isso lhe acarrete qualquer despesa extra. Todos os seus custos são pagos por outras pessoas que tem de sair de casa para ganhar a vida todos os dias.
Eu estive a pensar sobre isto e, de repente, concluí... raios me partam!!!... O meu cão é deputado!!!..."
Escrito em 2019
É viva São Francisco !
E viva Sao Francisco!
Ai na praia os vendedores ambulantes vendem coco, picolé, canga, peixe, frito, cocada, queijo coalho, mariola, rede, chapeu, cerveja ...
E tome cachorro latindo, menino chorando, uns mais corajosos tomando caldo, pois hoje o mar nao está pra peixe...
E no som ao lado toca Marília Mendonça, enquanto eu tento ouvir Bob Marley...
E muito sal, muito mar, muito vento e pouco sol, e eu ali sonhando com o Reveillon, com minha roupa branca, que acabei de comprar, e a alegria da posse de Lula.que eu creio e acredito virá ...
Ai vem o vendedor de pano de prato:
Olha o pano! olha o pano!
E lá estava a cara aplicada do presidente, as cores da bandeira e a intenção do voto explicita..
O casal simpatico do lado, que desde ontem nos distribuía sorrisos e as peraltices de Marshal, um cachorrinho preto e branco, que corre e rola na areia como se o mundo fosse acabar, chamam o vendedor.
O homem quer comprar o pano do presidente a mulher apela e diz que não quer, que se ele comprar vai fazer pano de chão. Ela quer e
escolhe o pano de Sao Francisco de Assis, ele calmamente nao abre mão do pano do presidente, ela brava, insiste no do Santo e ele compra o do presidente, ela tambem compra, o do Santo .
Ai fechou!
"Eu limpo com o presidente e cubro com o Santo, que como sabemos é o protetor dos animais", diz a companheira. Ele, sem graça, bebe a mágoa na cerveja do copo num gole só !
Acho que esse casal, por hoje, só o cachorrinho, protegido de São Francisco, terá carinho; o presidente até quando é útil pois vai limpar o chão, mas afasta e faz brigar, quem quer bem!
E nós, ao som de um reggae, continuamos contemplando o mar, na paz que só a esquerda tem!
Se aqui se faz aqui se paga, to pagando...
Se aqui se faz aqui se paga, tô pagando ..
.
Quando menina, lá em Valadares, corria léguas de qualquer remédio, e imagina injeção.
Tinha pavor de qualquer coisa que furasse, brincos, exame de sangue...
Aliás, brinco, não vi furar minha orelha, exame de sangue ninguém fazia, a não ser quando já estava pra lá de Bagdá e injeção, só tomei já adulta e com força nas pernas pra correr...
Lembro que quando estudava lá na Escola Estadual Israel Pinheiro, chegou o período da vacinação e de começar a correr da dor.
Tinha uma que era uma agulhinha furando o braço, outra que era injeção, dizem que tinha uma gotinha que não me lembro, e o famigerado revolverzinho, aquele que me fez criar sebo nas canelas!
Lembro-me de todos os gritos, choros e desespero que tive, quando um dia apareceu aquele povo pra vacinar, sai em disparada e só parei no pé do Morro do Carapina, quem conhece Valadares sabe a distância.
No dia seguinte fui, puxada pela orelha e tomei a danada.. .
Anos depois, lá em Itaobim, quando já estudava no grupo novo, chegou a campanha de vacinação...
Meu Deus! Faltei à aula, cheguei atrasada e não teve jeito!
Mandaram fazer fila, eu despistando pedi pra beber água, depois falei que ia ao banheiro e quando perceberam minha esperteza e meu medo, não vi outra saída a não ser correr... Desesperada, pulei o muro e ganhei o matagal que tinha depois do ginásio, de lá dei a volta e só parei pra descansar no jardim...
Voltei pra casa sem o material escolar e no dia seguinte despistei, só levando uns livros, matei aula e quando vi as amigas vindo, fui saber quem tomou, se doeu e que dia iam embora...
No dia seguinte fui pra aula, sentei aliviada, ouvindo as historias de dor e coragem dos colegas, eu tranquila, nem percebi e em uma determinada hora quando a professora fechou a porta e lá estava o sujeito da vacina Deus tomou conta. ..
Os corajosos me cercaram, os medrosos também e eu, mussungada, tomei minha dose. Gritei tanto, esperneei e chorei tanto, que no final fiquei até com vergonha de tanto escândalo por tão pouca dor...
Ao longo dos anos, doei sangue dezenas de vezes, doei plaquetas, que fura os dois braços, e há muito tempo faço auto-hemoterapia, tirar sangue não é problema, mas injeção no braço, aí é que o mundo acaba!
Sempre soube dos benefícios da vacina, não ter paralisia, não morrer de meningite, não ter catapora, que era um tanto de bolhinhas que enchiam de pus, doía, fedia e ainda ficava com manchas no corpo e a cara ficava bexiguenta. Tive um tio que deu até no olho e ele ficou cego...
Quando criança, que acreditava em tudo, e os benefícios das vacinas eram verdadeiros, corri, pulei muro, gritei, esperneei pra me livrar, desse cuidado, e agora tô aqui pagando pecado..
A Covid chegou e o pavor da doença também!
Distante, de máscara, a mão ficando até puba de tanto sabão e álcool gel, aqui estou, sonhando com a cura, sonhando com a vacina e tendo pesadelo com esse incravado que todo dia aumenta nossa dor e piora nosso medo!
Não tem seringa, não tem gelo e não tem vontade.
Ainda diz que, se bobear essa vacina além de não me livrar da doença, pode me transformar em jacaré, ou qualquer outro bicho morto nas queimadas, que podem se apoderar de mim...
Meu Deus! O povo faz arminha, o presidente não se importa. O povo morre, ele faz chacota, dá vivas à cloroquina, à ivermectina e vacina, a minha vacina, que ele dificulta e não faculta, tomo na testa, no glúteo, no braço, na barriga, tomo!
Viro qualquer bicho, só não quero virar Bolsonaro. Se tiver o risco de virar esse bicho, prefiro continuar correndo, pois essa vacina eu não tomo!
sexta-feira, 31 de maio de 2024
Meu diário de parto.
.Meu diário de parto.
Ouvindo minha neta falando do grude que esta meu bisneto, querendo só ó colo dela ficar, com ela, estranha todo mundo nao quer ir com ninguem ê o peito Kel, é o leitinho que ele acha só sai dai...
Ai lembrei de mim, lá atrás, quando minha filha nasceu !
Tive Tati em casa, nao tinha hospital, nem doula, nem pediatra, era eu e o meu corpo , preparado com muitas pedaladas, comida do fogão de lenha e minha energia boa, que já existia em mim na época.
Acordei com uma pequena cólica e quando fui fazer xixi , vi um pouquinho de sangue e reconheci o que D. Fia havia me explicado .
Dona Fia, mulher sabida, que fez enfermagem e se especializou em fazer partos das mais necessitadas, das sem marido, sem pais, chamou, ela ia, nao cobrava nada, dependendo do coração de quem ela fazia o parto e tivesse aceitava uma ajuda, que transformava em fraldas, absorventes, remedios, pra quem nada conseguia comprar.
E assim, numa madrugada de 11 de setembro ela prontamente atendeu o chamado de minha mae e quando chegou, eu ja tinha tomado um banho de folhas bem quente, ja tinha comido uma farofa de carne de sol e estava pronta e alimentada pra ser mae.
Logo depois que acordei e anunciei pra minha mae o que estava acontecendo, ela , antes de D.Fia, mandou um menino que trabalhava lá em casa chamar Dona Rôcha.
Ela era uma senhorinha de coração bom e que estava sempre tentando fazer alguma coisa, pra levar o que ganhava pra sustentar um tanto de filhos, netos e quem mais coubesse na pequena casa dela.
Rezou comigo pra nossa senhora do Bom parto, fez um café, uma farofa e colocou um tanto de folhas que nao me disse o que era, mas que serviria pra facilitar o parto.
E assim quando D.Fia chegou ja estava tudo em andamento e so deu tempo eu me deitar, fazer uma força e minha filha nasceu.
Era bem gordinha, cabeluda e chorava como um bezerro desmamado.
Uns 4 dias depois eu tinha peito e leite ate o pescoço e ela nao conseguia dar conta, ai chega dona Rôcha com a solução:
Um menininho de uns 7 ou oito meses com a boca cheia de dentes, claro que eu apavorei com medo da mordida, ele olhou pra mim, com cara de poucos amigos, jogou a cabeça pra traz...
Eu esfreguei o peito na boquinha dele, ele com a boca trancada, ai eu esguichei o leite na boca dele que quando sentiu o gosto começou a sugar...
Mamou até esvaziar os dois peitos e asim nos dias que se seguiram, todos os dias, ela o trazia.
Até que no dia 3 de Outubro chegou minha sobrinha e como a mae nao deu peito eu fui a escolhida pra amamentar.
Ai, voltando a Chico, ele quer a mae. porque ela tem o alimento, o cheiro, e o amor que pra ele já é conhecido, mas se o Chico estiver dormindo e outra pessoa colocar o peito cheio ele vai mamar de golfar.
Isso eu vivi aqui em casa, com meu bisneto, Henrique que tomou mamadeira de madrugada por muito tempo...
Durante o dia ele se dizia grande, que nao era neném que nao tomava dedeira, quando era lá pras duas horas da manha quando eu ia dormir fazia um mingau quentinho e ele tomava de olhos fechados.
Ate que um dia que ele contava vantagem do tanto que cresceu, falei da dedeira , ele ficou indignado e eu que ainda nao aprendi a ser avó filmei ele feliz da vida, fazendo o que nao sabia que fazia mais...
Ele ficou p da vida e a partir dali, nunca mais tomou a dedeira noturna que acho, que ele, tomava sabendo.
O Chico tá lá agarrado na mae e eu aqui, só lembrando dos meus pequenos...
No ano seguinte, no mesmo Setembro, chegou o vó do Chico, acordei, chamei minha mae, dona Rôcha e ao som de foguetes que comemoravam o noivado de alguém , meu filho nasceu!
Aí se eu não existisse !
Ai se eu não existisse !
Se tem uma coisa que gosto que aprecio e busco sao cores, sao sabores....
Gosto de experimentos, gosto de olhar em volta e ver tudo junto tudo misturado, colorindo e criando, meus cantos meus espaços...
Minhas roupas tem cores, mas gosto da maciez do algodao, do algodao cru quando velho lavado surrado tingido por mim com as cores que busco e que misturo.
É, sou de onde vim sou o que foi criado pelo meu pai e minha mae, sou o que conheci, o que busquei, sou o que a curiosidade me trouxe, na leitura, na musica, nas historias dos outros que ouvi, nas minhas que criei sou a mistura que me facilita ser leve e ser livre .
Com minha mae aprendi a criar com o que tem a mão, fazer misturas, aceitar diferenças, ter a porta e o coração abertos...
Com meu pai, aprendi a voar, aprendi a apreciar tudo que vejo e mesmo quando não e tão bonito encontro alguma coisa que vale a pena, aprendi a agradecer, aprendi a ir em frente e só preocupar com o buraco quando tiver que desviar e em cada curva esperar sempre uma linda paisagem, um pé de qualquer fruta com doce suficiente pra escorrer pelas mãos.
Aqui em casa, as vezes é cobrado as coisas na caixinha, as roupas dobradas na gavetas, diminuir o espalhado, pouca informação...
Nunca me limitarei ao preto e branco, nunca que ouvirei a tristeza da dor que algumas musicas carregam, quero sempre poder por os pes no.chao e arriscar com a dor do carrapicho quando gruda no pe, quero meus tachos de cobre ariados brilhando no fogo em doces e caldas !
Quero o que sempre tenho, com minhas saias no pé, meus dedos enfeitados de aneis, minhas pulseiras e minha alegria que ninguem tira, com minha importância e com o passado que reflete o que nunca vai me deixar que é manter em mim os balangandã como os cavalos de cigano e a alegria de uma criança que na maioria das vezes o sonho é colorido e feliz!
Nem sempre tudo são flores.
Nem sempre tudo são flores.
Eu nunca fui tão feliz.
Eu nunca fui tão alegre.
Tenho meus medos minhas dores, meus guardados.
Desde mais cedo que como na música, aprendi que e melhor ser alegre, pois as pessoas tristes me deixavam como elas, segurando um peso que não era meu e que eu não queria carregar.
A música me ajudou e cantando nas entrelinhas eu espurgava minhas dores e minha alegria era direcionada ao universo pra como um eco vir de volta..
Entendi que se tristeza pesava, a alegria impulsionava, era mais leve, melhor de lidar.
As amigas que me faziam rir, eu ficava mais perto e queria ser igual.
Entendi que o sorriso podia abrir caminho, ser duro, de cara amarrada, dificultava e a alegria afastava os chatos, que normalmente eram também pessimistas.
Tambem.busquei nos livros um escape e neles me apegava aos finais felizes, a esperança de dias melhores...
E a vida foi me moldando a ser o que sou hoje:
Aparentemente leve, positiva, sorridente...
.A vida seguiu e eu sigo .
Acostumei tanto a rir muito, achar graça em tudo, que isso em muitos momento é minha verdade.
Mas o mundo com algumas pessoa que nele habitam, não e tão bom.
Nem sempre tô no melhor dia, nem sempre concordo com o que aparece, nem sempre fui feliz com o que demonstrava ser.
As pessoas olham pra muitos sem se atentar para o que o outro sente.
Tive e tenho alguns amigos rasos, que fala o tempo todo delas, minha vida que pra elas parece perfeita, não as fazem nem ter a curiosidade.de saber como estou!
Sei que sou o que sinto e acredito, sei que poderia ter de volta o que ofereço, mas não e bem assim.
Sempre me apeguei aos ganhos e a gratidão as perdas que nem sempre compreendi e aceitei, transformei em livramento pra ficar mais leve...
Minhas lágrimas que são raras, normalmente só eu enxugo.
E a vida segue e eu sigo, agora, escrevendo e me descrevendo.
Sim eu estou aqui e sou assim.
A cada ano, só quero me manter viva!
A cada ano, só quero me manter viva.
E aqui sentada em frente a uma bacia de pêssegos bem cheirosa, revisito o ano , como tantos que passaram...
Foram muitos Réveillon de Nova York a Itaobim, aproveitei de todos, bebendo tudo que via pela frente e dançando todos os ritmos.
A última bebedeira foi quando voltei de Itaobim de ambulância com o pé quebrado, depois de dançar muita lambada na festa.
Esse ano que passou, precisamente foi o início do melhor, pois o que sofri e chorei nos quatro anos passados, não tá escrito...
Na virada do ano passado, comecei a me situar da minha sobrevivência, da minha resiliência.
Sobrevivi ao Genocida, sobrevivi ao escárnio, a prepotência e acima de tudo sobrevivi dia a dia, sem esquecer minha leveza e alegria!
E o ano que termina, além de voltar a respirar , nos trouxe o Francisco, meu bisneto, saudável, lindo e com uma energia e alegria contagiante pra combinar com as mudanças.
Nosso neném se juntou a Bela, Gigi e ao Tuco, pra encher nossas vidas de alegria e gratidão.
O ano transcorreu calmo, a vida dentro da mais completa ordem e eu ainda fiz bodas de ouro!
50 anos com a mesma criatura que chegou numa noite de Natal e que faz os sinos do meu coração baterem num compasso normal recheado de todos os aprendizados e ensinamentos!
Me deu os filhos, os netos e os bisnetos e me dá todo dia a base de ser quem eu sou!
Que venham mais netos, bisnetos, mais anos com a vida que tenho, seguro mais umas trinta viradas !
Que Deus continue nos abençoando e somos gratos em ter uns aos outros.
Sou grata em voltar a ver as pessoas buscando seus sonhos, a saúde ser direito, a educação incentivada, e o amor ser o caminho...
Muita energia, muita saúde e que a paz volte na Ucrânia e na Palestina e assim o ano que se inicia será bom pra todos!
Viva nós que esperançamos !
Viva nós sobreviventes !
Viva o mundo, quando for bom pra todos viver!
Viva 2024 com a benção do maior de todos, Deus!
E nos aqui com o Chico...
De mãos dadas
De mãos dadas.
Ontem conversando com um amigo, ele me dizia do tanto que gostaria de ter alguém que andasse de mãos dadas com ele, como qualquer namorado...
Tenho um outro amigo que morreu sem que ninguém andasse de mãos dadas com ele.
Aí fui pensar sobre isso e, realmente, as mãos entrelaçadas é conforto, cumplicidade, segurança...
Acho que eu tive 2 namorados que seguraram minhas mãos, abraçado então, só meu namorado que namoro há 50 anos.
É engraçado como uma coisa tão simples, faz tanta falta, tem tanta importância, creio que isso vem do carinho da mãe, do pai, de segurar o filho pra ensinar os primeiros passos, depois, por um tempo continuar segurando por carinho.
Esse carinho, esse afago é o que precisamos e queremos na vida adulta, quando estamos num relacionamento, não fazer isso é como não ter a importância que se quer e que o outro não sente.
Até hoje, ando de mãos dadas com meu marido, mesmo se as coisas não estão tão bem, o carinho nosso um com o outro está lá.
Gosto de ouvir e falar eu te amo e isso é normal no nosso dia a dia.
Mais essa semana, vi uma cena que me chamou atenção mesmo eu tentando dissimular.
Um casal descendo de um táxi perto do mercado central, um deu a mão e o outro olhou prós lados parecendo envergonhado, incomodado inseguro...
Então me lembrei de meu amigo querido, generoso, amoroso que viveu só tendo amigos que só o queriam em casa entre 4 paredes.
E uma das coisas que me entristece em algumas relações que conheço.
Amor pra mim é tão especial que tendo certeza da existência merece toda visibilidade e todo gestual de carinho.
Aí falando sobre isso pra meu filho, lembrei que tem muito tempo que não o vejo por aí de mãos dadas com alguém...