.Meu diário de parto.
Ouvindo minha neta falando do grude que esta meu bisneto, querendo só ó colo dela ficar, com ela, estranha todo mundo nao quer ir com ninguem ê o peito Kel, é o leitinho que ele acha só sai dai...
Ai lembrei de mim, lá atrás, quando minha filha nasceu !
Tive Tati em casa, nao tinha hospital, nem doula, nem pediatra, era eu e o meu corpo , preparado com muitas pedaladas, comida do fogão de lenha e minha energia boa, que já existia em mim na época.
Acordei com uma pequena cólica e quando fui fazer xixi , vi um pouquinho de sangue e reconheci o que D. Fia havia me explicado .
Dona Fia, mulher sabida, que fez enfermagem e se especializou em fazer partos das mais necessitadas, das sem marido, sem pais, chamou, ela ia, nao cobrava nada, dependendo do coração de quem ela fazia o parto e tivesse aceitava uma ajuda, que transformava em fraldas, absorventes, remedios, pra quem nada conseguia comprar.
E assim, numa madrugada de 11 de setembro ela prontamente atendeu o chamado de minha mae e quando chegou, eu ja tinha tomado um banho de folhas bem quente, ja tinha comido uma farofa de carne de sol e estava pronta e alimentada pra ser mae.
Logo depois que acordei e anunciei pra minha mae o que estava acontecendo, ela , antes de D.Fia, mandou um menino que trabalhava lá em casa chamar Dona Rôcha.
Ela era uma senhorinha de coração bom e que estava sempre tentando fazer alguma coisa, pra levar o que ganhava pra sustentar um tanto de filhos, netos e quem mais coubesse na pequena casa dela.
Rezou comigo pra nossa senhora do Bom parto, fez um café, uma farofa e colocou um tanto de folhas que nao me disse o que era, mas que serviria pra facilitar o parto.
E assim quando D.Fia chegou ja estava tudo em andamento e so deu tempo eu me deitar, fazer uma força e minha filha nasceu.
Era bem gordinha, cabeluda e chorava como um bezerro desmamado.
Uns 4 dias depois eu tinha peito e leite ate o pescoço e ela nao conseguia dar conta, ai chega dona Rôcha com a solução:
Um menininho de uns 7 ou oito meses com a boca cheia de dentes, claro que eu apavorei com medo da mordida, ele olhou pra mim, com cara de poucos amigos, jogou a cabeça pra traz...
Eu esfreguei o peito na boquinha dele, ele com a boca trancada, ai eu esguichei o leite na boca dele que quando sentiu o gosto começou a sugar...
Mamou até esvaziar os dois peitos e asim nos dias que se seguiram, todos os dias, ela o trazia.
Até que no dia 3 de Outubro chegou minha sobrinha e como a mae nao deu peito eu fui a escolhida pra amamentar.
Ai, voltando a Chico, ele quer a mae. porque ela tem o alimento, o cheiro, e o amor que pra ele já é conhecido, mas se o Chico estiver dormindo e outra pessoa colocar o peito cheio ele vai mamar de golfar.
Isso eu vivi aqui em casa, com meu bisneto, Henrique que tomou mamadeira de madrugada por muito tempo...
Durante o dia ele se dizia grande, que nao era neném que nao tomava dedeira, quando era lá pras duas horas da manha quando eu ia dormir fazia um mingau quentinho e ele tomava de olhos fechados.
Ate que um dia que ele contava vantagem do tanto que cresceu, falei da dedeira , ele ficou indignado e eu que ainda nao aprendi a ser avó filmei ele feliz da vida, fazendo o que nao sabia que fazia mais...
Ele ficou p da vida e a partir dali, nunca mais tomou a dedeira noturna que acho, que ele, tomava sabendo.
O Chico tá lá agarrado na mae e eu aqui, só lembrando dos meus pequenos...
No ano seguinte, no mesmo Setembro, chegou o vó do Chico, acordei, chamei minha mae, dona Rôcha e ao som de foguetes que comemoravam o noivado de alguém , meu filho nasceu!
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