quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Planejando ficar viva


Minha irma de ilhéus ligou pra dar parabéns e saber os planos pra de noite ...
Depois de uma certa idade o plano é ficar vivo...
Ontem, com Serafim meu sobrinho planejamos sair e ir pro Alambique, boate, churrascaria e tudo que tivesse direito, afinal não é todo dia que se faz aniversario.
Hoje acordei com um super café na cama feito pelo meu filho e sai pra trocar presente e comprar algo que sei que mereço, cheguei e logo depois, chega Narinha e Amanda minha sobrinha e afilhada e saímos pra almoçar, brindar né, afinal não é todo dia que se fica mais velha...
Cerveja gelada, ri daqui, lembra dali, almoça e cá to eu: acabada !
O almoço resumiu minha comemoração, podia ter tomado, suco de laranja, como faço quase todo dia, não, fui comemorar, beber,brindar ...
É gente, os janeiros estão pesando, se eu quiser chegar a Nova York vou ter que maneirar, porque depois de uma certa idade o trem fica feio, e não to aqui pra morrer de dor de cabeça, de barriga e fingir que esta tudo bem ....
Me deem um engov, um chá de boldo, café forte, canja de galinha, bicarbonato qualquer coisa mais me ajudem a sobreviver, pensar que antes eu tomava cachaça, vodca com sal,com laranja com tomate, rabo de galo, martíni, cortezano, catuaba,Jurubeba, porradinha, cerveja quente, gelada, uísque, rum e qualquer coisa que embebedasse e hoje to aqui morta, com menos de meia dúzia de cerveja!
É, pouca cerveja e muita idade não combina.
Minha irma, participante dessa arrasadeira ta morrendo, falou que foi o pobre do camarão, coitada, ainda se ilude, o que fez mal foi o excesso de idade .
Agora depois de um café forte, to aqui tentando raciocinar e por no papel a experiência da maioridade que se resume em, com menos idade se pode tudo, com mais idade se pode menos, dizem que se fica mais experiente, e é mesmo, e ela me diz já bebi que chega, dancei, virei noites na farra, agora, o que eu quero mesmo é só lembrar e falar sobre isso, porque praticar bebedeira, comilança, noites em claro só mesmo pra gente inexperiente ...
Quer saber, bom mesmo é vida saudável, nunca vi dizer que sucos, refrigerante, dá ressaca e como já experimentei todos os destilados existentes, agora chegou a hora de dar uma chance pra natureza e naturalmente ficar mais velha .
E experiência pra mim é assim, sei e quero o que é bom, se isso é ser velha, tô de boa, tem coisa que me embriagam sem álcool:
O cheiro de chuva na terra, manga madura, pequi no arroz e o suor de meu Neném quando o sol quente entra pela janela.
Ai meu bem não tem idade que resista e que venha 56,57,58,59..

Aniversario de 2014

Meu anjinho protetor

Meu anjinho potretor

Henrique de pijamas cochilando, eu pintando as unhas da GG e o Rafa bem mau humorado com o atraso da mae ....
Cai a mochila do Rafa e eu, cuidado, segura direito pois seu computador pode quebrar!
Ele bem nervoso com a demora e mais ainda por eu errar o aparelho grita:
Vó não é computador é TABLET!
o Henrique abriu o olho que já estava fechando e falou:
Rafa se você brigar com minha Vó eu vou ficar bravo e vou brigar com você, ta bem?
Eu toda orgulhosa falei :
Que lindo o neném protegendo a vovó, dá uma abraço aqui ...
Vovó eu não vou te "potreger com abraço não, eu vou te potreger é falando....
Fechou o olho e dormiu!
Quando eu falo que quem tem Deus tem amigos ...

Tem uma família que traz verduras lá de Moeda e vende aqui na esquina de casa, por saberem que eu gosto, trouxeram cana pra mim, está bem docinha, isso me faz lembrar minha adolescência, indo buscar cana e garapa lá em Seu Guiomar Ferraz.
 Tinha dia que era buscar garapa, no outro comprar cachaça, ai eu aproveitava para experimentar, pois perto do alambique ficava uma cuia e quem quisesse bebia, e não tinha esse negocio de idade não, seu Guiomar ou os ajudantes virava as costas e rapidamente se virava a cuia numa rapidez só, a cachaça descia queimando e mais ainda porque era quente, só de ver o rosto vermelho, os olhos brilhado e rindo a toa já dava pra imaginar ...
Depois, descer aquela ladeira de bicicleta, na banguela, de mãos solta, sentindo o vento no rosto, era liberdade total !
Liberdade também era descer abraçada nos pés de bananeira de Seu Mariano, pelo córrego São João, fumando um cigarro Continental sem filtro, surrupiado de minha Mãe e sem saber nadar ...
Vida de interior não é brinquedo não, aprendi a beber, a fumar e a ter coragem !
 Engolindo lambaris vivos, redados na beira do córrego, não aprendi a nadar por mais que insistisse,mas cozinhando os cascudos, bagres e as piabas que consegui, aprendi fazer uma boa moqueca.
Já fiquei com os dentes blocos de tanto chupar cana, manga verde com sal e tamarindo caído do pé.
Mas voltando aos dias de hoje,depois da cana lembrando de casa, me empolguei!
Por não ter saquinho pra chup-chup( minha Mãe fazia e mais dava pros meninos do que vendia) fiz uns copinhos de picolé de abacate e de manga e nesse final de semana quando os netos chegarem, tudo aqui vai ficar grudento, pois meninos não gostam de lavar as mãos e pega o copinho, mela a mao, pega na mesa, pula na cama, vem pro computador e minha casa vai ficar assim, cheia de doce como são meus netos...
Hoje peço a Deus que os proteja , minha Mãe naquela época se soubesse o que eu aprontava ia pedir proteção pra natureza, comer peixe minúsculo e vivo, pescar peixe pequenos, cortar pés de bananas pra boiar no córrego e ainda caçar passarinhos pra fazer cozinhado ....
Ah! mais essa é outra estória , depois eu conto!
Nasci pra viver e não, seguir regras .

Gosto de dormir quando quero, acordar quando os olhos abrem.
Na hora de comer, o tempo é o que preciso, pra agradecer, mastigar devagar, sentir os sabores...
Sempre fiz meu tempo especial para ter tempo .
Tempo de conversar com estranhos, dar um abraço apertado nos amigos que encontro pelas ruas, tempo pra telefonemas longos, tempo pra me atrasar sempre, que quero ficar e os outros querem que eu chegue....
É certo pra mim rir de incomodar chorar por qualquer motivo e falar...
Falar sobre a vida, de mim, do que vivi...
Acredito que a vida é finita e o amanha chega muito rápido, por tanto hoje, agora nesse momento eu quero me fazer bem e o meu bem só faz bem a mim .
Ninguém mais do que eu sabe do meu querer, portanto me responsabilizo por me cuidar me paparicar e me fazer feliz.
Se a vida não tem receita pra ser feliz quero saber todas novas receitas criar novos sabores sentir o gosto e gostar...
Sonhar com os olhos abertos, olhando as flores da minha janela com um abraço pequeno e doce que me acorda nas manhas em que meu bisneto dorme aqui.
Tomar um thai e aproveitar de um ombro que me espera e me aconchegar, ou vou ver a lua vermelha?
Fui!
Abacate com açúcar.
La em Itaobim, quando meus filhos eram pequenos, não existia papinhas prontas, danetes, danones, cereais, sucos de caixinha, todinho e outras bobagens industrializadas.
Então, quando os bebes tinham três meses já começava a comidas amassadinha, caldinho de feijão com arroz, abobora madurinha, batata e batata doce, chuchu, era tudo muito simples e saudável .
Meus meninos foram criados assim, comendo de tudo e sem frescuras, as frutas que comiam eram de época e naturais, não existia esse tanto de qualidade tipo, pera, kiwi, nectarina, ameixa, caqui, lichia, lá se conhecia, seriguela, acerola, tanja, cajá caju, melancia, mamão, goiaba, manga, pinha, tamarindo, araçá, abacate....
Uma vez alguém começou a comer tudo que eu fazia pros meninos, os sucos, a comida amassadinha as vitaminas...
Ai tive uma ideia, fiz uma vitamina de abacate e coloquei um pouco em cada mamadeira misturei pimenta e por cima o resto da vitamina, como de costume, deixei na geladeira na parte de baixo pra ficar fresquinha “para os meninos”, qual não foi meu susto, quando pouco depois, Ritinha, que trabalhava lá em casa, chegou enlouquecida, tossindo e falando pra eu não dar aquilo pros meninos, porque o copo do liquidificador devia estar sujo com pimentas e que ninguém aquentava o ardor !
Descobri que era ela que surrupiava as comidinhas dos meus meninos, ai me fazendo de brava falei , agora foi pimenta, da próxima, pode ser veneno, ela arregalou os olhos e a partir desse dia, tudo que era deles, ela não comia .
Depois de muito tempo, ela já tendo os filhos dela, descobri que gostava mesmo de comida de bebe, porque mais comia, do que alimentava os dela, fazia o dobro do que precisava, se deliciava com o mingau tanto, que a medida que os filhos cresciam, ela aumentava pros lados, hoje, lá esta minha amiga, que me ajudou a cuidar dos meus, bem gorda e feliz, adorando também cuidar dos netos.....
Tem uma meia dúzia e com o tanto de novidades nas prateleiras dos supermercados, eu acho que não tem jeito, em pouco tempo, vai ter que partir pra uma redução de estomago, senão, não viverá para aproveitar os bisnetos e as novidades que a cada dia enchem as prateleiras.
Nesse momento, comendo um pedaço bem grande de abacate com açúcar, me lembro desse causo e também de como corri com uma simpatizante do meu marido, colocando pimenta malagueta num doce de leite, a garota que na época era como as pir guetes de hoje, saiu lá de casa tossindo e com os olhos lacrimejando...
E umas dez pessoas que adoraram quando eu servi o doce e não entenderam a tosse dela, morreram de rir, quando eu expliquei o ardor do doce especialmente servido a ela, e tiveram certeza, que meu marido, só Deus me leva !

Escrito em 2014
PELÉ

Gostaria de chamar a atenção de todos os negros brasileiros e também daqueles que, de alguma forma, sofrem algum preconceito, para levantarmos um movimento de descrédito ao Sr. Edson Arantes do Nascimento, pois, o mesmo, em sua ignorância, não nos representa.
Um país como o nosso, reconhecido mundialmente pela alegria de viver, com sensibilidade, tolerância e carinho com que trata a todos, não pode se calar, vendo o descaso com que esse senhor tratou, ao longo da vida, a sua filha, que, talvez pela rejeição sofrida, se entristeceu a ponto de adquirir um câncer de mama que a levou a óbito.
É engraçado que, seu filho, educado com todos os louros, se transformou em traficante e drogado e o Sr. Edson Arantes do Nascimento foi perante as câmeras de TV, chorar e se desculpar, enquanto que durante toda a vida de sua filha Sandra, ela não teve nenhum tipo de atenção. As flores foram tarde demais. Um afago, um gesto de carinho durante a vida dela, garanto que faria jus ao carinho que todos nós brasileiros dedicamos ao Sr. Edson Arantes do Nascimento. Sem nenhum merecimento, pois o mesmo há muito, não é digno dos nossos abraços, dos nossos afagos e nem do nosso respeito.
18/10/06
O dia que eu pensei que ia...


 Ontem no Fantástico, vendo a matéria sobre o Neurocirurgião que voltou do coma, me lembrei da minha experiencia de quase morte e resolvi dividir com vocês.
Ha uns anos atras, fui reverter minha ligadura de tropas, pra tentar ter mais um filho, esse procedimento, se chama histerectomia, ou seja desobstrução das trompas que eu havia ligado para não ter filho.
O procedimento estava marcado para as 8:hs da manha, e la estava eu quando me disseram que o medico iria se atrasar...
Por volta de meio dia chegou o medico e como estava quase na hora de trocarem o plantão falei com a enfermeira Graça, irma da Edna da Divisão Medica e com Vanilda secretaria do bloco que sairiam as 13, que elas bem que podiam ficar, afinal e se eu precisasse de uma amiga ...
Fui pra sala, o medico chegou, uma enfermeira já´começou a agilizar o procedimento e eu , nem olhei pro anestesista quando ele começou a injetar a anestesia pra não vera agulha... apaguei!
Não sei precisar por quanto tempo e do nada ouvi o medico falando de mim, ele parecia nervoso com alguma coisa que dizia não responder e em seguida ouvias vozes desesperadas de minhas amigas : " nos não podemos perder essa menina" e a voz do medico falou não sei mais o que fazer e a voz da minha amiga insistiu mais uma vez...

Então vi os alhos azuis assustados do medico fixando o meu olhar e nesse momento percebi que algo tinha dado errado , em frações de segundos me lembrei de Deus e em pensamentos pedi que ele me tomasse nas mãos mas que não me deixasse sofrer...
Acordei, pouca luminosidade, olhei em volta, estava sozinha em uma sala cheia de camas brancas e eu também estava de branco, lembrei do que havia acontecido e baseada nos livros Espiritas que já tinha lido, me senti em paz e reconhecendo aquela sala como uma quarto de hospital na espiritualidade .
Rezei, me toquei, senti as pernas, os braços e o silencio absoluto, me fez pensar no que eu tinha passado , eu havia morrido e estava em paz !
Foi ai que me lembrei da minha Mãe e dos meus filhos, comecei a pensar na tristeza que seria quando eles soubessem que eu tinha morrido , e em desespero, chorei tanto, que lá de foram ouviram, veio minha amiga Vanilda ai pensei como ela esta aqui se estou morta, ela me abraçou e perguntou se estava tudo bem, depois de ,me acalmar, ligou pro anestesista que chegou rapidamente, me fez perguntas, me examinou e eu atordoada respondia e chorava... .
Depois de me liberar, ela falou, que quando estava trocando de roupas pra ir embora, ouviu o alarme e quando viram que era da sala que eu estava, correram pra lá.
A Edna também foi a mesma coisa, as duas se revesaram com o medico pra fazer a massagem cardíaca para ressuscitação CPR .
Fui pra casa e no dia seguinte, ainda cheia de eletrodos pelo corpo fiquei enlouquecida ligando pra todos, pra falar e ter certeza que eu ainda estava aqui...
Dias depois, fui ha uma festa do sindicato e la estavam meus anjos protetores, elas já chapadas me abraçavam e diziam que foi difícil reverter a parada, que eu já estava inchada e com o rosto já deformando, chorei muito e bebi dobrado pra comemorar a vida !
Hoje me lembro, eu ali apagada por uma anestesia geral, ouvindo as pessoas , vendo o olhar assustado do medico, pensando em Deus...
Em todas as horas Ele esta comigo e nessa hora, eu só pude ter certeza de uma coisa, sobrevivi a um choque anafilático e muitos não tiveram essa chance.
Existem coisas alem, que não quero ver por agora, mas morrer, não dói !



Escrito em 2013 mais aconteceu antes
Eu por eu mesma.
Estava ali na cozinha fazendo um cuscuz, quando precisei de um sabão, pra pôr na máquina, peguei um sabão feito por mim, enquanto o cheiro tao bom de uma carne enchia a cozinha....
Melhor que essa só o pernil que fiz pro natal, pensei: - Tudo que faço é bom! Gente,tem hora que nem eu acredito no tanto de coisas que faço e olha que é bem feito. Cozinho bem, bordo, faço bijouterias, flores de papel, costuro,sou boa conselheira, escrevo, faço alguns artesanatos, bonecas, minhas unhas e cabelo, me maquio e escolho o que vestir com segurança sem pensar na opinião dos outros, tenho estilo, faço a melhor palha italiana do pedaço e todos os doces que quero, farofa e outros pratos criados por mim e ainda sonho sempre com todos os caras lindos que me interessam na TV. Acho tudo lindo e engraçado, rio mais de mim que dos outros, me amo até dizer chega. Olho pra mim no espelho e não quero mudar nada. Quer saber, se eu pudesse nascer de novo seria igualzinha, sem tirar nem pôr nada. Eu gosto tanto de mim, que tenho certeza que quem me conhece, além de concordar comigo, ainda vai escrever um tanto de outras coisas que não escrevi aqui.
Ai ! Deus me proteja, me abençoe e faça com que eu só seja melhor para os outros porque pra mim eu me basto!

02 janeiro de 2018


A estrada continua longa ...


Meu pai tinha caminhão e o país era pequeno pra nos, levou muito cristal pra zona franca de Manaus, trouxe muito lenço de seda pura, levou muito “arara” pra construir Brasilia e muitos pra trabalhar em São Paulo.
O primeiro perfume importado que usei veio da zona franca assim como algumas bonecas que vieram de São Paulo. Viajei muito com ele e de manha cedo quando acordava sempre em algum novo lugar o café já fumegava numa cozinha improvisada que levava de carne de charque do norte a Martha Rocha de Valadares.
Na carroceria, por muito tempo carregava Bida, uma cabra branca da cara preta de olhos mansos, leite farto e doce que nos mantinha quando pequenos e que é o único leite que consegui gostar e que tomo ate hoje!
Esse caminhão quando não tinha frete também servia pra passear pelas praias do nordeste, carregar os andarilhos que enchiam as estradas ( ate o dia que o caminhão tombou machucou uma meia dúzia e uma carona especial que estava na boleia rasgou a boca num corte profundo e ele coitado além de ter ficado apavorado com a feiura do que viu, teve de correr do fragrante, mais pior do que tudo isso, foi esconder de minha mãe que era uma onça no ciúme). Nossa família era muito unida por essa s aventuras, pois além dos caminhos desbravados, eu e meus irmãos conhecemos coisas que a maioria nem sabia que existia .
O primeiro telefone conheci em Brasília o artesanato de barro mais bonito foi do mercado ver o peso em Belém, as cestinhas de palha os alfenins e as buchadas da feira de Caruaru, as tapiocas de coco e bananas da terra fritas de Vitória da Conquista na Bahia, andar de bicicleta gigante em Paquetá...
E numa dessas, ficamos deitadas tanto tempo numa rede meu pai carregar, que minha mãe entrou em trabalho de parto, minha irmã acabou nascendo e ele bravo por isso, jogou na porta da fabrica a carga de rolos de papel pra jornal que na cabeça dele foi a causa do parto antecipado, minha irmã Soraia nasceu esse dia e essa historia era bradada aos quatro cantos por ele..
Com meu pai e esse caminhão aprendi a valorizar a liberdade e o vento no rosto aprendi a olhar a estrada nas datas especiais e ter certeza que alguma novidade estava chegando pra nos fazer feliz, no Natal no dia das crianças no meu aniversario e nas férias quando me deixava em Itaobim na ida e me pegava na volta.
Na transamazônica ficou atolado por dois meses e na tribo dos índios do Xingu ficou e quando voltou com as fotos das índias do peito de fora fez minha mãe esquecer o ciúme contando dos ensinamento do pajé, da cachaça de mandioca e de Darcy Ribeiro que conheceu aprendendo como ele os mistérios do povo da mata.
Com meu pai aprendi a respeitar e admirar os caminhoneiros por sua coragem , importância e sacrifício, depois por um tempo moramos na beira da rio Bahia onde as historias engrandeciam a minha e agora com essa greve, vejo, entendo e os aplaudo pois o Brasil só funciona porque esses homens com coragem e solidão fazem um trabalho que mantem nossas vidas com coisas levadas e trazidas do Oiapoque ao Chui com chuvas , com sol, atolando ate hoje na transamazônica 
Dia da mulher é todo dia!
Vendo ontem o vídeo da Dandara, um travesti que foi assassinada cruelmente por segundo o vídeo 5 covardes só me resta pedir perdão a Deus por eles e me afundar na vergonha que deveria ter as mães que pariram esses crápulas.
Sempre estive atenta.as mulheres a minha volta, quando preciso entro na briga .Já desviei meu caminho pelo Centro da cidade guando percebi uma discussão e o sujeito acuando uma mocinha, tentei chamar atenção de algumas pessoas pro fato, se desculparam pela pressa, por ser briga de casal e não se importaram, mesmo assim fui olhando e chegando mais perto e numa altura a criatura percebendo começou a me encarar eu não abaixei o olhar quando percebi o jeito com que segurava o braço dela, como se dissesse pra ela não chamar atenção eu fui pra cima. Do alto dos meus meus poucos 1,60mts de altura segurei o braço dela e perguntei o que estava acontecendo se ele a estava incomodando...
O covarde se derreteu todo, pediu desculpas e ela também deu uma explicação pra briga e seguiram o caminho...
E é isso que pra mim é ter noção que todos os dias é dia de nós unir e nos proteger.Já chamei minha amiga delegada pra intervir em várias situações, inclusive em desrespeito de mulher com outra , de amigas que mesmo estando grávida o marido a espancou, de outra que estava trancada em casa e o marido bêbado não a deixava sair, de outra que na comemoração de noivado na minha casa o "noivo" a agrediu na escada. ...
São muitos exemplos.que tenho de violência, minhas amigas estão todas vivas e com certeza vão se reconhecer nessa escrita e me agradecer por estar com elas e defende las em momentos tão difíceis, mas isso eu aprendi num dia que também tive coragem e não me diminui diante de uma covardia e no meio de praça da minha cidade pedi aplauso pra um dissimulado que ali cantava depois de ter feito com que eu me sentisse menor.
É isso, nesse dia ta aqui a minha forma de dar bom dia a todas as mulheres .
E pra fechar, se eu estivesse por perto, não ia ser fácil aqueles covardes empurrarem o carrinho com a Dandara, porque mata também quem se acovarda e não faz nada!
E eu faço!
PS.Viva e graças a minha amiga Dra Márcia Nepomuceno delegada , minha amiga de todas as horas, firme, forte, séria e acima de tudo uma doce criatura.


8 de marco de 2017
 Eu e as manias de Collor


Quando Fernando Collor saiu da presidência, todos os dias ele cumpria um ritual,
acordava impreterivelmente as 6:45, tomava um desjejum, lia os jornais diários, e de de terno completo, pegava sua pastinha, atravessava a rua da casa da Dinda e ia pro seu escritório do outro lado, voltava pra casa no horário, almoçava com Rosane Collor, filhos ou algum amigo intimo e no horário de retornar ao Palácio do Planalto atravessava a rua...
Funcionava como se presidente fosse, li isso num livro que se chama Noticias do Planalto, numa semana que passamos em Araxá num treinamento do RH , eu na beira da piscina tomando um sol, engolindo o livro, enquanto as colegas de trabalho faziam os trabalhos de campo..
Na época achava que ele tava meio que pirando, hoje aposentada estou que nem ele.
Descubro os olhos depois de meditar e rezar e acordo pra o dia, pode ser 7, 8.10.11,12 a hora que for, tomo meu desjejum, na cama ou na cozinha, preparado por mim ou por Tadeu , que varia de pão quente com queijo, frutas, sucos, café e quando a fome ta negra vai ate uma farofa de ovos na manteiga com muita cebola, banana da terra frita, cuscuz com ovo...
Levanto visto uma roupa qualquer e vou fazer minha make, pinto os olhos, dou uma cor na sobrancelha, passo rímel , um batom bem vermelho, umas borrifadas de perfume Frances e to pronta !
Parto pra área, pego a vassoura e vou varrer casa, fazer comida ouvindo musica, quando inspirada danço e canto mais alto que o som !
É gente, vida de aposentada e de cassado não é mole não, se você não se cuidar se desleixa, portanto hoje entendo Fernando Collor e ele me ensinou muito com o que na época achei doidice, do jeito que ele devia sentir a falta do poder e de pra onde ir, hoje sinto falta das minhas colegas de trabalho, não estão aqui pra ver o que estou vestindo ou calçando, não sabem o cheiro bom do meu perfume novo que veio de Cuba, não vêem a beleza da sombra com Glitter...
Mulher se cuida mesmo é pras outras e elas fazem falta, meu marido se me ver numa cadeira de rodas só vai ver o que é se eu pedir pra empurrar, tenho os peões da obra em frente, que se refestelam em me ver pra lá e pra cá, até assobiam quando abro as cortinas mas não entendem nada do que to dizendo.

Acho que estou enfastiada, vou ali fazer uma aula de inglês, assim os States vem mais pra perto, e eu vou ter mais o que fazer.
Fui!
Precisamos falar de suicidio .

Vó se eu pular de um prédio eu morro e vou encontrar meu vô Cláudio?
Não...
E seu pular na frente de um carro?
Também não...
O meu bisneto ficou sem 3 bisas e 3 avós em 5 anos.
Desses, cinco foram com doenças com muitas internações e ele sabia que uma hora Deus ia levá-los, pra livrar da dores e da angústia e que eles iam ser amparados por Ele.
Como sempre falo, na minha casa viver e morrer é só uma questão de estar aqui e depois ir pra outro lugar...
A mãe do padrasto dele, que na missa de 7 dias do Vô Cláudio estava lá combinando de levá-lo pra passear e que ele gosta muito, no mesmo dia, na semana seguinte teve um infarto fulminante e se foi...
Pois bem, deu  pra ele ver que não precisa de doença pra ser anunciada, pois sem ter nada cheio de saúde e planos, a morte chega!
Então creio que o Vô Cláudio, de todos é o amor que ele conheceu de sempre, quem foi pai e avó, quem carregou a maior parte do tempo, quem adulou, mais também deu limites...
Mais Vó, você não diz que quando morremos, encontramos quem gostamos, se eu morrer vou encontrar meu Vô...
Sabe Tuco, Deus nos dá a vida e só ele pode tirar, então como bons filhos, mesmo estando tristes por vários motivos, mesmo que pessoas queridas sejam levadas por Ele, temos que ficar bem, temos que aceitar compreender  e continuar, isso se chama fé, confiar na bondade e no amor Dele por nós...
Toda a vida é assim, pessoas nascem e morrem e guando isso acontece, acima da dor e da tristeza, temos que esperar o nosso dia ...
Quando meu pai e minha mãe se foram eu me senti como você, chorei fiquei triste e esperei...
A tristeza virou saudade e a vida me traz sempre motivos pra seguir em frente, você suas tias, as coisas que admiramos que gostamos me faz seguir em frente, um dia vou   encontrar quem  gosto e que se foi, mais vou esperar a hora de Deus!
Quando você pula na frente de um carro ou de um prédio é vontade sua, Deus te deixa fazer o que quiser, mais aí existe uma consequência...
Seu Vô Cláudio não está nesse lugar, ele está no lugar que Deus escolheu, então você vai ter feito uma coisa errada e assim não vai encontrá-lo.
E enquanto aqui, sua mãe eu e todos que te amam, teremos muita  tristeza e uma dor sem fim porque, você nos deixou..
Pensa sua mãe sem você, sem o pai, ela compreende, ele viveu 78anos, fez muitas coisas inclusive ela e ela fez você .
Ele tinha muito orgulho da sua inteligência, beleza do tanto que é um bom menino.você só tem 10 anos ainda tem muito pra brincar, passear, jogar futebol, andar de skate, bicicleta, fazer bagunçar com os amigos...
E Vó, acho que Deus fez uma fila e começou a chamar todo mundo...
É, eu tô na fila e rezo todo dia pra  não chegar minha vez, quero ficar por aqui, bem pertinho de você e das suas tias Gigi, Bela e lá de cima seu Vô tá vendo e esperando que você seja um bom menino, bom filho, bom aluno, assim ele continuará feliz e se orgulhando de você...
E assim seguiu o Henrique, já todo serelepe no carro enchendo o saco de Vó Leninha, viúva do seu Cláudio:
Vó e você, tá aproveitando muito a vida, passeando sem meu vô pra encher o saco?
Ela riu e respondeu
Por enquanto, tô devagar...
Ah! Seu Cláudio tão chato e genioso as vezes, mais hoje o Henrique só lembra o lado bom ...
Que Deus o tenha e que o nosso lugar na fila seja bem lá atrás, pois ainda tenho muito que aprender com Henrique e minhas meninas pra chegar lá em cima como eles , bem leve...

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Sonhar pra continuar vivendo..

Depois de alguns dias fora cheguei, nada como encontrar com os irmaos, os amigos... Escolhi o feriado de finados para reverenciar minha Mae, meu Pai e algumas pessoas que já se foram . Lá em Itaobim uma vez por ano revivo meu passado, meus entes -queridos e me fortaleço para seguir em frente... A casa de meu irmao Xodó é pura alegria, a cerveja é gelada e os causos dele e de Soraia sao de dar frouxo de riso... Mas voltando ao presente, cheguei e fui dormir um pouco pra me refazer da viagem e como tenho sorte ate nos sonhos, sonhei mais uma vez com Reynaldo Gianecchin. Ele estava fazendo uma peça aqui e eu pra ser simpatica fui mostrar a cidade. Mostrava as praças e ele falando de amor, do quanto ama as pessoas, a vida as crianças, a natureza e eu só ouvindo aquele bla,bla bla, de repente acho que devido a viajem e o passado tao lembrado, me esqueci da vida atual e dei um beijo nele ... A pessoa tomou um susto, mais gostou tanto que me juntou os panos, ai e eu acordei e voltei a vida real . Se eu engravidar, podem ter certeza que vou acatar essa nova lei e vou registrar o bebe como filho dele e ele que tente provar o contrario, pois eu vou adorar ficar tête-à-tête com ele no tribunal , ai sim, ele vai saber o preço que se paga de ser tao presente nos sonhos dos outros !

sábado, 26 de outubro de 2019

Minha menina. Tem uma menina dando aula de português pros médicos estrangeiros, ela é boa nisso e ainda bem que ela sabe muito do nosso palavreado popular, porque se nao soubesse... Doenças tipo difruço, espinhela caida, engastanhado na goela, peleumonia, ventrusidade, boi, regra,lançadeira, pano, dordói, mal de sete dias, ressecado, lançadeira, doença dos nervos, variando, cabeça fraca, dor nas cadeira, atoleimado, berne na cabeça, frieira, quebranto, cabeça fraca, custipação, sol na moleira, esmagrecimento,tísico, taluda, prenha, estribuchado, estado nervoso abalado, corrimendo, , furuculo, embaraçada, de barriga, prenha, buchuda, nascida, panaris, istrequemodomi, macambuzio, mal triste, mula, cavalo de crista, chato, corcunda, barriga d'agua, chistosa, olho-morto, istalaçao trocada,zarolha, zambeta das pernas mongoloide,retardado, tiriça vao ter que saber o que é ! Agora eles podem tomar tenência , porque pra aprender o que isso realmente significa vao ter que saber o que significa já lêia, já levinha, nos vai, romper, inrriba, promodi, desenxavida, desprovida, canela fina, zoio de gato, destrambelhada,ai meu Deus,é tanta coisa ... Mas tem mesmo é que prestar assunto na professora, pois se ela ficar desurida e escafeder, ai eles vão desembestar e voltar zunindo para o lugar de onde vieram, pois para cuidar direito dos "impacientes" tem que estar tinindo. Como, alem de ensinar tanta coisa, a professora também não é carente de formosura, é melhor assuntar ...
Rapaz de circo Quando nova, lá em Itaobim, namorei um rapaz de circo . Por la passou um grandioso e se chamava Circo Nerino, pra nos naquela época era quase um Cirque de Soleil de tao bonito que era ! Tinha artistas do estrangeiro, dançarinas lindas em suas roupas brihantes de lantejoulas, engolidores de faca e de fogos, teatro, atiradores de facas, elefantes, leões, macacos, trapezistas voadores, mágicos, musica ao vivo, e o apresentador com aquele sotaque que hoje eu tenho quase certeza , nao passava de embromation dos sabidos, pois como descobri mais tarde, nesses picadeiros, gente falando embolado, já .era garantia de sucesso! O meu namorado nao era desse chique não, era de um mais simplesinho, que nao demorava nem dois anos e estava la de novo e todos já sabiam de cor e salteado, tudo que tinha e que faltava . Esse circo tinha uma meia duzia de bichos, uma família de palhaços, pois os velhos iam ensinando os novos, um macaco que obedecia Dr Amorim, umas bailarinas já cansadas da mesma musica de vitrola , um globo da morte que era a atrações principal, mas o que levava mesmo o publico, era que na cidade nao tinha nada, entao qualquer circo ou parque mesmo não sendo bom já era uma novidade. Tinha uns moços bonitos e as mulheres parideiras, com um tanto de meninos pendurados, ja nao estavam lá grande coisa, os rapazes estavam cheio de amor pra dar, mas segundo minha amiga Vanilde, o que eles queriam mesmos, eram jovens sonhadoras e aventureiras para fortalecer e rejuvenescer a trupe. Me divertir bastante namorando um deles, que me enchia de ingressos e eu fazia a festa com as amigas. Era um cabeludo lindo, que era palhaço, malabarista, engolidor de fogo e ainda se arriscava no globo da morte e eu todas as noites ficava lá de olhos parados com tanta beleza e coragem, daquele que se arriscava tanto e que causava tanto orgulho em mim e inveja nas amigas. Na segunda passada do circo, falou que queria casar comigo, como nunca fui de dar muita bola pra esse amores imediatos, nem liguei mas prometi que quando ele voltasse eu estaria esperando... No dia que o circo foi embora, eu estava indo pra aula e quando vi os caminhões vindo enfileirados desviei o olhar pro outro lado do rio e depois que passaram, olhei pra traz e vi os cabelos esvoaçantes do meu artista, lembrei da promessa feita e naquele momento desisti, aquela montoeira de coisa que tinham que montar e desmontar, nao criar raiz e estar sempre tentando agradar a plateia era muito pra mim, o que eu gostava mesmo era de ir tomar sol na praia do Rio Jequitinhonha, andar de bicicleta, ouvir meus discos de Raul, conhecer e conversar com os hippies que sempre passavam e acima de tudo ir pras festas e ter minha cama quentinha pra deitar ... Tempos depois o circo voltou e la eu nao apareci, duas meninas se casaram com dois deles e eu pra nao acompanhar as peripecias mambembes fiquei quieta no meu canto. Durante muito tempo eu e aquela minha amiga que continua doidinha ate hoje, dava o braço uma a outra e fazia o numero de Dr Amorim e seu amigo gorila, e de pernas arqueadas, batendo a mao na cabeça, tentando imitar um macaco com gritos e caretas, rodávamos a praça, sem um pingo de vergonha, nos acabando de rir de nós mesmas e ai, não tinha quem não risse das duas. E assim, hoje quando vejo um moço que me agrada eu falo: Com esse, eu ia embora no circo !uando nova, lá em Itaobim, namorei um rapaz de circo . Por la passou um grandioso e se chamava Circo Nerino, pra nos naquela época era quase um Cirque de Soleil de tao bonito que era ! Tinha artistas do estrangeiro, dançarinas lindas em suas roupas brihantes de lantejoulas, engolidores de faca e de fogos, teatro, atiradores de facas, elefantes, leões, macacos, trapezistas voadores, mágicos, musica ao vivo, e o apresentador com aquele sotaque que hoje eu tenho quase certeza , nao passava de embromation dos sabidos, pois como descobri mais tarde, nesses picadeiros, gente falando embolado, já .era garantia de sucesso! O meu namorado nao era desse chique não, era de um mais simplesinho, que nao demorava nem dois anos e estava la de novo e todos já sabiam de cor e salteado, tudo que tinha e que faltava . Esse circo tinha uma meia duzia de bichos, uma família de palhaços, pois os velhos iam ensinando os novos, um macaco que obedecia Dr Amorim, umas bailarinas já cansadas da mesma musica de vitrola , um globo da morte que era a atrações principal, mas o que levava mesmo o publico, era que na cidade nao tinha nada, entao qualquer circo ou parque mesmo não sendo bom já era uma novidade. Tinha uns moços bonitos e as mulheres parideiras, com um tanto de meninos pendurados, ja nao estavam lá grande coisa, os rapazes estavam cheio de amor pra dar, mas segundo minha amiga Vanilde, o que eles queriam mesmos, eram jovens sonhadoras e aventureiras para fortalecer e rejuvenescer a trupe. Me divertir bastante namorando um deles, que me enchia de ingressos e eu fazia a festa com as amigas. Era um cabeludo lindo, que era palhaço, malabarista, engolidor de fogo e ainda se arriscava no globo da morte e eu todas as noites ficava lá de olhos parados com tanta beleza e coragem, daquele que se arriscava tanto e que causava tanto orgulho em mim e inveja nas amigas. Na segunda passada do circo, falou que queria casar comigo, como nunca fui de dar muita bola pra esse amores imediatos, nem liguei mas prometi que quando ele voltasse eu estaria esperando... No dia que o circo foi embora, eu estava indo pra aula e quando vi os caminhões vindo enfileirados desviei o olhar pro outro lado do rio e depois que passaram, olhei pra traz e vi os cabelos esvoaçantes do meu artista, lembrei da promessa feita e naquele momento desisti, aquela montoeira de coisa que tinham que montar e desmontar, nao criar raiz e estar sempre tentando agradar a plateia era muito pra mim, o que eu gostava mesmo era de ir tomar sol na praia do Rio Jequitinhonha, andar de bicicleta, ouvir meus discos de Raul, conhecer e conversar com os hippies que sempre passavam e acima de tudo ir pras festas e ter minha cama quentinha pra deitar ... Tempos depois o circo voltou e la eu nao apareci, duas meninas se casaram com dois deles e eu pra nao acompanhar as peripecias mambembes fiquei quieta no meu canto. Durante muito tempo eu e aquela minha amiga que continua doidinha ate hoje, dava o braço uma a outra e fazia o numero de Dr Amorim e seu amigo gorila, e de pernas arqueadas, batendo a mao na cabeça, tentando imitar um macaco com gritos e caretas, rodávamos a praça, sem um pingo de vergonha, nos acabando de rir de nós mesmas e ai, não tinha quem não risse das duas. E assim, hoje quando vejo um moço que me agrada eu falo: Com esse, eu ia embora no circo !
Sem planejamento. Para muitas mulheres, conquistar um marido, uma casa confortável, um carro, a independência financeira e outras conquistas mais, são coisas super sonhadas, planejadas e esperadas. Eu nunca esperei, nem planejei e nem sonhei com estas coisas tão comuns às outras mulheres. Aos poucos foram pintando coisas, namoros mil, paixões eternas, coisas de adolescentes e, finalmente, o amor. Começando devagarinho, quase sem querer e, de repente, filhos, casa, trabalho, responsabilidade que achei que nunca ia ter. Cozinhar, lavar, passar, arrumar casa, trabalhar fora, ser boa mãe e ainda conseguir manter o marido interessado. Se me dissessem que eu daria conta, eu ia achar impossível. Meus filhos começaram a crescer e quando percebi, já eram dois “aborrecentes”. E eu já começando novamente a me sentir mais liberada para sair, passear, até viajar de vez em quando. E aí, bum, fico sabendo que vou ser avó. Loucura, eu nem tinha criado meus filhos e junto me criava também, e neto, como é isso aos 33 anos? Foi inesperado, foi o máximo e felicidade geral. Gabriel nasceu lindo, saudável e, acima de tudo, amado. No Natal, ele com 3 meses, quis que todos que não o conheciam e também os que acharam um absurdo a gravidez de minha filha e a nossa felicidade, o vissem e sentissem o quanto ele representa para nós, através desta foto. Sem planejar nada, como já disse, consegui ter tudo, antecipando o que para muitos só acontece quando já estão velhos, doentes e cansados. Sou avó nova e feliz! E para vocês, aí está a minha grande “conquista”: O Gabriel, ou o Henrique, meu bisneto filho dele ?
Coisas que Zé Neto não contava. Um dia em um shopping de BH,uma amiga entrou numa tenda de contadores de historias e se emocionou ao se deparar com Manuelzão, famoso personagem de Guimarães Rosa ... Todos bebiam as palavras daquele homem sábio,quando, como se adivinhasse a sua presença, começou a contar uma historia que começa assim... Vocês que estao aqui me ouvindo, prestando atenção na minha pessoa e me dando uma importância tão grande, não sabem que se não fosse por um milagre, talvez eu não estivesse aqui ... Um dia lá na minha terra eu fiquei muito doente e os médicos do interior, quando não conseguem encontrar uma solução para o caso, mandam o doente para a capital e assim se livram do problema, eu vim sem a certeza da volta, já entregando minha vida a Deus . Aqui fui atendido por uma pessoa ligada ao governador e por ser o Manuelzão do Guimarães Rosa me encaminharam com uma autorização especial do Governador para o Ipsemg. Lá chegando me levaram ate o pronto socorro, eu já nem falava mais de tanta dor que sentia e como aconteceu na minha terra, os médicos apalpavam aqui e ali e a dor só aumentava ... Os médicos conversavam, um dizia que era caso de cirurgia de urgência, o outro respondia que estava na troca de plantão e que isso não podia esperar! Enquanto resolviam, as enfermeiras subiram para o bloco cirúrgico cochichando que caso eu morresse no pronto socorro, iriam dizer que não fui atendido, mas estando no bloco ai ficaria melhor pelo menos vão achar que não deu tempo.. Eu permanecia calado ,quando a porta do elevador abriu rapidamente, esbarramos com um medico que tinha permanecido no plantão por mais tempo e nem ainda havia me visto,ele me olhou e segurando na maca foi logo perguntando o que eu tinha ... A enfermeira respondeu que eu precisava ser operado com urgência só que pelo jeito isso não iria ser possível, pois medico que entraria de plantão estava atrasado... Este medico que estava de saída, falou alto e firme para as enfermeiras que estavam saindo do plantão junto com ele para que voltassem para o bloco pois ele iria me operar naquele momento . Elas fizeram o caminho de volta e cá estou eu , isso aconteceu ha 15 anos! Essa pessoa que me salvou sem saber quem eu era nem de onde vim, se chamava Zé Neto. Com isso aprendi que o importante na vida é alguém te dar importância no momento que você mais precisa, independente de quem você é! Fiquei feliz e orgulhosa do meu amigo e dias depois encontrando Dr.Zé Neto fui toda prosa contar do Manuelzão e da vida que ele tinha salvo . Dr Zé Neto do alto de sua humildade virou pra mim e perguntou : E eu lá sou Deus pra salvar alguem? Essa historia me foi contada na missa de sétimo dia, por Eliza Pedrosa,ex funcionaria do Ipsemg, mas sua eterna colega e admiradora assim como eu
Uma parte de mim... Quando tinha catorze anos, me mudei pra Itaobim, ja tinha alguns amigos "lá do outro lado", que conheci durante as ferias, e como todos dali iamos pegar "picula" no corrego Sao Joao, 'redar' , descer nos pes de banana, aprender a fumar ... Assim eu começei a ver a vida, aprender a me virar e começei a sonhar ! Quase sempre, quando passava pra ir pro corrego, ou de lá voltava, tinha uma "casinha de enximento", que morava uma casal e varias crianças, a mulher quase sempre estava gravida, os meninos pelados ou de calçao ou calçinhas, correndo em torno da casa, atraz das galinhas, do vira-lata ou dos porcos, o marido, esse era especial vinha decocava na porta da cozinha, sem camisa com uma calça amarrada com "imbira", ela trazia um copo de aluminio com agua, tirada do pote, que estava coberto com um pano bem alvinho, ele entao dava um sorriso banguela e saia com a enxada nas costas, lá continuava ela nos seus afazeres . Um dia pedi agua e pedi pra entrar e ver a casa , era toda branquinda, pois era limpa com "picumã", na sala tinha um banco e o pote sempre coberto, na cozinha o fogao de barro e latinhas de sardinha e goiabada bem areadas penduradas na parede que eram reaproveitadas pra enfeitar e pra comer, as panelas de barro e a prateleira forrada com papel de embrulho picotado nas pontas, o quarto tinha uma cama de varas e um colchao de "paina", umas duas mudas de roupas penduradas e era só ! Aquilo ali, com marido e tudo, se tornou meu sonho de futuro e por muitos anos na vida, quiz aquilo pra mim, os meninos correndo, aquela casinha ... Agora anos depois ,estou aqui em casa, ouvindo Roberto Carlos cantar Eu te amo, eu te amo, eu te amo,o Rei continua o mesmo embalou, meus pais com essa musica e hoje eles a curtem no ceu, e hoje, aqui em Bh num apto de oitavo andar, nas minhas panelas de barro cozinho um tatu, tomo uma pinga pra comemorar o dia, que já começou com uma chuvinha boa de ficar na cama, com o "Cara" da musica do Rei me trazendo um cafe na cama, bem da roça, que era bata- doce cozida, ovo cozido, pao com queijo quente, cafe com adoçante que já nao tenho mais catorze anos ,e eu pergunto, como nao ser feliz?
Se o mundo vai acabar dia 21... Que bom, vou morrer feliz, pois vou estar ainda com poucas rugas, com saude e acima de tudo, vou com os meus e encontrarei os que foram na frente, tenho uma vida dentro do que espero e do que quero, trabalhei um pouquinho, aproveitei tudo que apareceu de bom, ri muito, tomei muita chuva, andei descalça, tive flores na janela, brinquei muito com meus netos, dei colo pra muita gente e acima de tudo, sempre busquei e consegui ficar feliz! Poucas vezes fiquei triste e só aconteceu quando nao teve outro jeito, meu Pai e minha Mae que se foram e alguns amigos queridos, me vez conhecer mais profundamente a saudade e a vontade de ter de volta o que era bom, já a falta de saudade de algumas pessoas que tirei da minha vida, fez com que eu tivesse certeza que elas nao tinham importancia nenhuma na minha vida. Mas se realmente o mundo acabar dia 21, vou antecipar meu Natal me dando de presente o colo da minha Mae com meu Pai cantarolando musicas de Nelson Gonçalves, Cindy sacudindo o rabo cochilando do nosso lado, em baixo de uma arvore, meus entes queridos e meus mais queridos, numa alegria falante, cada um contando suas novidades e suas esperanças nesse novo viver, e o céu ensolarado vai se fechar numa chuva morna para que todos juntos num abraço só, se lmolhem e se preparem para um novo dia, sem trabalho, sem tragedias, sem tristezas, com a paz e a alegria de toda nossa fé em Deus! Que venha o fim do mundo!
Pobre é foda! To aqui num fausto almoço, comendo um frango assado do serradao, farofa do natal e uma salada magra de pepino,tomates, azeitonas, abacaxi.... Hum uma delicia ! Minha sobrinha Danila com alguns quilinhos acima do peso, devorando batatas glatinadas, frango, arroz, farofa e muita coca cola e de olho num pirulito de brigadeiro que Pola caba de trazer e ele pergunta : Mainha, quantos jogos voce fez na mega sena ? Achei um jogo na rua e fiz outro e pode ter certeza se eu ganhar pegamos o primeiro aviao e vamos viajar, ficar fora pelo menos uns seis meses pela Europa, primeiro a França, depois Espanha , Portugal Inglaterra ,Italia vamos pra varios lugares ... Danila que é festeira como o pai, fala vamos pra Ibiza tia Soso! Eu falei vamos pra varios lugares, todos daqui de casa e voce vai como convidada especial Dadam entao Ibiza esta no roteiro pra voce se acabar! Danila fala que tem que tirar o passaporte e fazer umas coisinhas, eu pergunto fazer o quê vamos viajar direto... E ela bem séria, diz, tenho que passar no Pitangui e tirar 2 costelas, tirar peito, fazer uma lipoescultura, colocar bumbum, fazer implantes de cabelo bom, uma plastica no nariz, Pola entra na conversa e diz que tem que fazer uma lipo, implantar silicone nos braços pra ficar bombado, ai é pra acabar! Da minha familia só eu e Tadeu os netos e o bisneto é que vai o resto da familia vai se internar numa clinica e passar por lá uns bons meses antes de poder usufluir as benecias de ser milionarios, afinal de contas na cabeça deles com o corpinho que tem hoje nao dá pra sair daqui... Mas contando com o da mega eles tem que encontrar comigo lá de cracha pra eu saber quem é meu filho, quem é minha sobrinha . Õ povo que complica nao basta tirar na mega ? Enquanto isso nao acontece, fico aqui teclando, porque depois, o mundo que me espere!

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

REVOLTA E PRECONCEITO

Revolta e Preconceito

No dia 25 de setembro, quinta feira, fui buscar uma sobrinha que estuda numa escola particular da zona sul de BH.
 Cheguei por volta das três horas da tarde, sentei em um banco e fiquei por ali ... 
Tinha uma senhora, talvez um pouco mais velha que eu, aguardando um aluno quando chegou a mãe do mesmo e a dispensou. 
A mãe começou uma conversa com uma conhecida que acabara de chegar, elogiaram a empregada, tão boazinha, que fazia o serviço, caladinha, e quando não tinha o que fazer, ia pro quartinho e lá ficava, se não a chamasse ate esquecia que tinha gente em casa e ela atendia ao filho dessa senhora, com a maior boa vontade. 
Eu cá com os meus botões, escutando essa história pra boi dormir, na verdade ela toda feliz, por essa empregada dormir em casa, coisa rara nesses dias, até que começou a falar dos filhos. 
A amiga falando que havia tirado o seu filho do Bernoulli. 
Segundo o colégio, o seu filho não acompanhava o ensino cobrado pela instituição e por isto foi encaminhado pela psicóloga para um tratamento mais profundo, com um especialista, pois teria déficit de atenção.
 Levou o filho ao neurologista, com direito a todos exames de ponta, até ir parar em um psiquiatra dos mais renomados. 
Fez de tudo, ate ficar constatado que o filho estava precisando mesmo era voltar a ser criança, ter tempo de levar a sua vida descompromissada, sem muitas obrigações e cobranças.
 A outra falou do filho dela, que estava fazendo aulas particulares ate no domingo, porque estava com dificuldade em Física e Matemática, e estava estudando de manhã, de tarde e de noite...
 Depois de muito blá blá blá, com mais pitacos de uma terceira, que com um laptop no colo e um celular que tinha um toque horroroso, uma acabou calando todas e seus problemas com uma constatação: “tudo isso é culpa dessa mulher, que hoje as escolas estão sugando os alunos com matérias absurdas e as professoras despreparadas jogam as matérias e quando eles não entendem ou tem duvidas, elas não sabendo o que dizer, os obrigam a buscar outras alternativas e nós como pais temos que correr atrás, com aulas particulares e bla blá bla ...
 As escolas particulares não podem perder para esses “outros”, que estão fazendo vestibular com os nossos, já pensou um aluno daqui não passar na Federal, nos pagamos caro e “eles” que vem de uma escola qualquer... 
Ai eu entendi. 
Realmente ficou complicado pras dondocas que chamam as ajudantes de empregadas, ver os filhos delas no mesmo rumo e com os mesmos direitos dos seus filhos. 
Eu fiquei alegre por um tal Antonio, que segundo uma delas dá aulas particulares ate no domingo e cobra 100 reais a hora-aula.
 Como vêem, a Dilma Rousseff, que é a tal mulher que está tirando o bom humor daquelas antas e me dando motivos pra ter mais certeza do meu voto!

É só um voto ! Até eu sou melhor de raciocínio que Dilma pra falar, mas ela me representa. Eu me orgulho de ter uma mulher com a historia de vida e de política como a dela, pra me representar, pode ter certeza que tenho! Se ela ganhar com um voto a mais, foi o meu, dado com o coração e a certeza de dias melhores, pra quem deles precisa e merece... E se esse candidato treinado pela vida boa, de farras e festas, conquistados com o nome do avô morto há trinta anos, que deve treinar tempo e palavras perder por um voto, foi o meu, que ele nunca teve e nem terá. Ele o perdeu depois da primeira campanha, lá em Itaobim, quando fazia da casa de Marão seu QG de campanha, com esse mesmo sorriso, que na época não conhecíamos, enganou a todos da nossa cidade e o resto do Vale do Jequitinhonha e lá só voltou, anos depois, pra conseguir mais votos, pra se eleger Deputado Federal. Perdeu esse único voto com o “choque de gestão”, quando sucateou o Ipsemg e Minas Gerais com a sua ingestão e enganação que tivemos que engolir por todos esses anos. Perdeu, perdeu, perdeu! É um voto único, que a mim pertence e que sempre dei a quem acreditei. Posso não ter tido candidatos vitoriosos sempre que votei, mas eu nunca, com meu único voto ajudei a eleger picaretas pra me arrepender depois. Domingo, de vermelho e bandeira em punho, vou lá, tentar com um único voto, tirar da minha garganta o nó que guardo, na perda de alegria é até de vida, de alguns amigos, colegas e desconhecidos, que vi com muito sofrimento e perdas, que eu tinha certeza que se esse play boizinho das pitangas, tivesse responsabilidade com o bem publico as estórias seriam diferentes . Foda-se Aécio e seu choque de ingestão! E viva eu, que sobrevivi e tô aqui pra lhe dar o meu choque nas urnas! É Dilma!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Sobre a morte e morrer

Sobre a morte e morrer. 

 As vezes nos sentimos incrédulos perante a morte de alguém.
 A certeza dessa finitude deveria nos deixar preparados, mas o que fazemos é nos surpreender, entristecer e chorar.
 Muitos se revoltam e outros, de alguma forma, se voltam a questionamentos, não acreditam e se sentem como que enganados por não terem uma pista, um sinal...
 A morte é pra todos. 
Quando é uma morte súbita a tristeza é o choque. 
Quando existe uma enfermidade é o não ter prestado ou dado atenção ao que poderia ser evitado. 
Tem um livro do Drauzio Varella que se chama " Por um fio ", que de alguma forma, num linguajar médico simples, fala sobre o assunto e segundo ele, cuidador de muito pacientes terminais, a morte sempre é vista com muita dor, independente da religião . 
Tem um livro que se chama " O país dos sombras longas" que fala dos esquimós que quando ficam velhos e frágeis, depois de um preparo na família são levados pra morrerem longe sem que outros vejam, poupando os pequenos da tristeza e da despedida, criando a ideia que saiu pra caçar... 
 São vários exemplos de despedidas e acredito que nos falta falar mais sobre o assunto, como falamos sobre qualquer outra coisa.
 Na minha família, isto é, na minha casa com meus filhos e netos, eu falo sobre tudo e esse assunto é comum, falo do que é, do que acredito e de como quero quando chegar minha vez...
 Pois bem, brincando e fazendo ficar engraçado falo do meu "Cerimonial fúnebre" como quero que façam, as doações das minhas coisas pessoais e acima de tudo como quero que se sintam em relação a esse final, que sempre será na hora e do jeito que Deus quiser. 
Com o meu marido tenho uma conversa do que farei se ele for primeiro, respeitando o que ele quer na despedida, inclusive o local que sempre soube, será em Itaobim. Se eu for primeiro, ele fará o que já decidi em vida .
 É isso, tudo organizado pra não ficar pesado.
 É assim que quero e assim será. 
Não estou escrevendo porque estou triste e nem por medo, coloco aqui de uma forma clara o que é real pra todos. 
Acredito em outras vidas e de lá quero ter certeza de ter direcionado os meus pra compreensão de tudo que nos cerca inclusive morrer. 
Tenho saudade dos meus pais, meus irmãos, minha sobrinha e de muitos amigos, mas como ainda não posso comprovar a vida de lá, prefiro ficar por muito tempo aqui, sei lidar com a saudade, pois foi o bem feito por eles, que quero carregar por muito tempo... 
Pensem nisso, falem como falam de qualquer coisa, o dia que a morte for só vista como uma vírgula e não um ponto final, seremos mais leves.
 A fé será nossas asas, e assim chegaremos livres e soltos pros braços do Pai. Como escrevi pro meu irmão que não queria ir mais Deus chamou e ele foi, se ele me chamar , eu vou né ? ?